Andebol e as Articulações

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Originalmente era uma modalidade desportiva que envolvia 11 jogadores, mas devido ao rigor dos invernos nos países nórdicos tornou-se impossível a prática deste desporto ao ar livre e foi necessário repensar o jogo em salas fechadas. Nasce, assim, o andebol de sete, introduzido em Portugal por um alemão residente no nosso país, Henrique Feist, em 1949. O primeiro torneio oficial de andebol de sete foi organizado em Cascais no Verão daquele ano.

A exponencial popularidade do andebol de sete, no nosso país e internacionalmente, levou à gradual extinção do jogo original de andebol de onze e hoje em dia é notória a presença sólida do andebol na Europa e no mundo.

O andebol é um desporto conotado e relacionado com a mão, mas embora jogado com as mãos exige a movimentação global do corpo, tanto para execução do passe como para o remate. O gesto técnico final de uma jogada de andebol é o remate, que visa a obtenção do golo – o objetivo do jogo. Ora, para se conseguir um melhor aproveitamento da força do remate tem que existir um movimento coordenado de todo o corpo em combinação com o lançamento final da bola pelo membro superior.

Para além de ser um ótimo desporto para a manutenção da boa forma física e desenvolvimento da agilidade e coordenação, o andebol fomenta também o espírito de equipa. Há, porém, um lado menos positivo relacionado com a prática desta modalidade desportiva. É que o andebol tem vindo a registar no nosso país, nos vários escalões etários, um preocupante índice de sinistralidade. As lesões mais frequentes neste desporto são as que ocorrem nos dedos das mãos, logo seguidas pelas da tíbio-társica e do joelho.

Ao contrário do que seria de supor, as lesões do ombro não são das mais frequentes no andebol. E também ao contrário do que sucede no basquetebol, o contacto físico entre jogadores no andebol é permitido e mesmo incentivado para defesa individual. Neste contexto, a prevenção das lesões no andebol começa pelas próprias regras do jogo, que ao longo dos anos têm vindo a ser aperfeiçoadas, castigando atitudes e ações que podem por em risco o adversário.

Como a modalidade é praticada em pavilhões – que devem ser climatizados de modo a manter a temperatura ambiente entre os 20 e os 25 graus celsius – o frio pode dar origem a lesões musculares como contraturas ou roturas e o calor excessivo pode também originar cansaço e fadiga. Tendo em conta a especificidade da modalidade, há que dar atenção ao vestuário – que deve ser adequado à temperatura, com pouca fibra e que permita uma boa movimentação dos membros – e ao calçado (estudos recentes consideram que o aumento das lesões nos joelhos dos jogadores se deve à maior aderência das solas do calçado desportivo). O piso sintético, devido ao facto de aumentar a aderência do calçado ao solo é também responsável por este tipo de lesão, pelo que atualmente já se retomou o piso em parquet de madeira, com caixa de ar (que permite maior elasticidade), facilitando a impulsão e amortecendo as quedas, também elas muito frequentes no andebol.  

 

Referências:

STOP LESÕES NO DESPORTO ONLINE. Disponível em http://www.stoplesoesnodesporto.com/index.php?module=texts&smodule=list&id=632. Consultado em 01 novembro de 2019.

Pereira de Castro. «Prevenção de lesões no andebol». Disponível em: https://books.google.pt/books?id=pgRgyd-XxUsC&pg=PA343&lpg=PA343&dq=les%C3%B5es+do+andebol&source=bl&ots=u_intuZxOI&sig=ACfU3U1BalVk3qysbGc1_Md2DX2hb5k1xw&hl=pt-PT&sa=X&ved=2ahUKEwigz7Pxr9DlAhVlDmMBHcChBWc4ChDoATADegQICRAB#v=onepage&q=les%C3%B5es%20do%20andebol&f=false. Consultado em 01 novembro de 2019.

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