Dor nas Costas

A Dor nas Costas é uma das queixas mais frequentes nos adultos, uma das principais causas da visita ao médico e de ausência ao trabalho (absentismo laboral). É a dor nas costas, dor lombar, ou lombalgia, que nos países desenvolvidos afeta cerca de ⅓ da população. A coluna vertebral é constituída por um conjunto de vértebras que se articulam entre si através de discos intervertebrais, estruturas que permitem o movimento. A coluna divide-se em várias regiões: cervical, dorsal ou torácica, lombar, sagrada e cóccix. A lombalgia, dor ao fundo das costas (na zona dos rins), refere-se, como o próprio nome indica, à dor na região lombar.

Na maioria dos casos, a dor lombar aparece de forma súbita (lombalgia aguda) e embora seja particularmente intensa e incapacitante é normalmente facilmente tratável e limitada no tempo. A dor nas costas raramente se arrasta no tempo, mas quando isso acontece e a duração da dor é superior a 12 semanas considera-se então a lombalgia como crónica.

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Como identificar?

Na origem da lombalgia podem estar múltiplas causas. Muitas vezes surge na sequência de uma má postura (ao sentar, deitar) ou do levantamento de objetos pesados (lombalgia de esforço), mas na maioria dos casos crónicos está relacionada com alterações que ocorrem na coluna à medida que a idade avança. Processos degenerativos dos discos intervertebrais, artrose da coluna (espondilose), deslizamentos vertebrais ou apertos na coluna estão muitas vezes na génese da lombalgia. Também as pessoas com ocupações que exigem esforço físico intenso têm um maior risco de vir a sofrer de lombalgia. O mesmo acontece com pessoas com excesso de peso ou obesidade. Este tipo de dor é também frequente nas mulheres grávidas, o que regra geral fica resolvido de forma espontânea após o parto.

Normalmente as pessoas queixam-se de dor, desconforto, tensão nas costas, sendo que a intensidade da dor é variável e pode mesmo mudar ao longo do dia consoante o movimento, posição ou atividade. Por vezes a dor foca-se mais ao centro da região lombar das costas, mas noutras a dor é sentida lateralmente e descrita como difusa. Há ainda quem sinta rigidez, dor irradiada para as nádegas, virilhas ou pernas, dor ciática, dormência ou alterações da força.

Se a dor se prolongar no tempo ou se registar sintomas como febre, arrepios e perda de peso deve procurar aconselhamento médico.

Como tratar a Dor nas Costas?

Tal como noutras situações com dor, os objetivos do tratamento da lombalgia aguda são o alívio da dor, a recuperação da funcionalidade, a redução do absentismo laboral e o desenvolvimento de estratégias eficazes para lidar com o problema, o que inclui educar o doente. O tratamento deve iniciar-se prematuramente, evitando, dessa forma, a progressão para dor crónica.

Tratar a lombalgia pode passar pela administração de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor, recuperar a funcionalidade e melhorar a qualidade de vida ou por opções não-farmacológicas como a fisioterapia, por exemplo.

O prognóstico de lombalgia é bastante favorável e muitos casos resolvem-se com pouca intervenção. A maioria dos doentes recupera relativamente depressa com elevada probabilidade de melhoria ao longo do primeiro mês. O repouso temporário pode ser importante na recuperação de uma lombalgia, mas sempre que possível os médicos recomendam a recuperação ativa. O exercício físico – principalmente reforço muscular ativo e treino cardiovascular - é uma opção a considerar no tratamento e prevenção das lombalgias. Médicos e fisiatras podem indicar-lhe quais os exercícios específicos e eficazes para alívio e prevenção das dores de costas.

Como prevenir?

Não existe uma fórmula mágica para evitar a dor nas costas. No entanto, sendo esta uma dor que afeta cerca de 90% das pessoas ao longo da vida é fundamental que saiba quais as atitudes e comportamentos a adotar no dia-a-dia por forma a evitar ou minimizar o impacto da lombalgia. Siga os nossos conselhos:

Mantenha-se ativo – pratique exercício físico, em especial o que se dirige ao reforço da musculatura e melhoria postural ou treino cardiovascular (caminhada, bicicleta, corrida). Boas opções são também as modalidades que apostam nos alongamentos (Pilates, Ioga, entre outras).

Mantenha um peso adequado – adote uma alimentação saudável, equilibrada e variada.

Não fume;

Adote uma postura correta – em pé, sentado ou no levantamento de objetos (por exemplo, levante objetos pesados mediante flexão dos membros, de modo a evitar sobrecarga na zona lombar e evitando sujeitar a coluna a movimentos de torsão e flexão). 

Evite ficar muito tempo na mesma posição – evite longos períodos de tempo em pé ou sentado. Se trabalha de pé deve mudar a posição dos pés e repousar alternadamente os pés sobre um banco. Na posição sentada, manter as costas direitas e apoiadas no encosto, utilizar uma cadeira ajustável em altura e com apoio de braços e uma mesa à altura dos cotovelos.

Não utilizar sapatos de salto alto.

Durma sobre um colchão firme, não excessivamente duro, com uma almofada preferencialmente baixa para não forçar o pescoço.

Referências:

1.      SAÚDE E BEM-ESTAR ONLINE. Lombalgia. Consultado em 02.10.2019;

2.      ORDEM DOS ENFERMEIROS. Ficha Técnica do Centro de Informação do Medicamento. Lombalgia. Consultado em 02.10.2019

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