Padel e as Articulações
Pouco a pouco temos assistido ao surgimento de diversos campos de padel no nosso país. Enquanto modalidade desportiva ou somente um desporto da moda, o facto é que são já muitas as pessoas que vão experimentar esta prática que se joga a pares e tem crescido exponencialmente em Portugal. A Federação Portuguesa de Padel, criada em 2012, estimou no ano passado a existência de cerca de 40 mil praticantes desta modalidade e mais de 150 campos ao longo do país.
É um desporto atual e tem benefícios para a saúde cardiovascular e a nível da coordenação motora, pois cada jogo requer destreza no movimento dos pés e dos braços e um forte trabalho de velocidade e agilidade. Além disso, os movimentos dinâmicos, curtos e multidirecionais das jogadas aumentam o desenvolvimento da agilidade e melhora a flexibilidade, posta à prova em diferentes momentos do jogo. O padel pode ser um bom aliado na perda de peso e muitas são as pessoas que se dedicam a esta prática desportiva com a finalidade de aliviar as tensões e stress do dia-a-dia. Tem outras vantagens como o convívio social – uma vez que se joga aos pares – e o facto de se poder praticar durante todo o ano, ao ar livre ou em campos indoor, torna este desporto numa atividade sociável e que foge à monotonia. Mas nem tudo são benefícios e, tal como em todos os desportos, há sempre a possibilidade de desenvolver lesões.
O ideal é sempre prevenir e adotar medidas que devem ser postas em prática sempre que pretende praticar exercício físico, seja qual for a modalidade que escolhe para se exercitar: um bom e correto aquecimento prévio e uma boa sessão de alongamentos aquando do termo da atividade.
Como o padel é predominantemente um desporto assimétrico – que desenvolve mais um dos lados do corpo – é fundamental e essencial equilibrar o corpo com um trabalho de reforço muscular junto dos músculos menos solicitados para o jogo. O ombro está sempre em rotação e, por isso, dois terços das lesões nesta modalidade resultam de atitudes de sobrecarga a nível dos ombros. São também frequentes as lesões dos cotovelos, punhos, zona lombar, joelhos e pés. Apenas um terço das lesões no padel tem como causa uma situação traumática aguda. A lesão mais frequente – e que compromete bastante a funcionalidade do jogador – é a epicondilite, vulgarmente conhecida como “cotovelo do tenista” que resulta da utilização em excesso e de forma repetitiva desta inserção óssea ao longo do tempo, bem como dos músculos extensores dos dedos e punho, particularmente durante o batimento da bola na raquete. A fratura de stress é outra das formas de lesão nos praticantes de padel, sejam eles atletas profissionais ou amadores.
O padel é uma modalidade inclusiva que pode ser praticada pelos mais novos, a partir dos 5 anos, até aos mais velhos. Pode ser praticado por homens e mulheres, com mais ou menos aptidão física e acarreta alguns benefícios para a saúde global. Mas lembre-se, as lesões são geralmente dolorosas, limitadoras e, muitas vezes, incapacitantes. Portanto, pratique exercício sempre, mantenha-se ativo sim e escolha o padel se for essa a modalidade que mais lhe agrada. Não esqueça, porém, que tão importante como a felicidade que sente ao jogar é prevenir e assegurar que as lesões do padel não o vão obrigar a parar.
Referências:
SAPO ONLINE. Disponível em http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2018-10-21-15-boas-razoes-para-jogar-padel. Consultado em 01 novembro de 2019.
STOP LESÔES NO DESPORTO ONLINE. Disponível em http://www.stoplesoesnodesporto.com/index.php?module=texts&smodule=list&id=935. Consultado em 01 novembro de 2019.