Lesões no Desporto

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Nunca como hoje se viu tanta gente na rua a correr, caminhar, andar de bicicleta ou outras atividades desportivas. Os ginásios proliferam e conquistam cada vez mais adeptos. O objetivo é manter-se saudável e, muitas vezes, perder aquela gordurinha que teima em permanecer na cintura. A estratégia é boa e a intenção também. Mas atenção: cuide de dar atenção aos limites do organismo e previna-se das lesões mais comuns do desporto.

Os números do sedentarismo, constantemente veiculados pelos órgãos de comunicação social, são ainda muito elevados e a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que nos países desenvolvidos mais de dois milhões de mortes sejam atribuíveis à inatividade física e que 60 a 80% da população mundial não seja suficientemente ativa para a obtenção de benefícios para a saúde.

Os alertas são constantes e têm dados alguns frutos uma vez que existem cada vez mais pessoas a praticar desporto como forma de ficar mais saudável, melhorar a qualidade de vida e a autoestima. Mas nem tudo são facilidades e, por vezes, as lesões mais comuns do desporto atravessam o caminho de quem está apostado em deixar de lado o sedentarismo. Se existem lesões evitáveis – as que se conseguem prevenir com um aquecimento adequado e uma boa preparação física – existem também aquelas que nem sempre se podem evitar e que acontecem comumente na prática dos desportos de contacto como, por exemplo, as quedas.

As lesões mais comuns causadas pelo desporto surgem, normalmente, devido a métodos incorretos de treino, anomalias estruturais (que forçam algumas partes do corpo mais do que outras) e fraqueza muscular (músculos, tendões e ligamentos). O desgaste crónico está também na origem de muitas das lesões desportivas em resultado de gestos onde existam mudanças bruscas de direção e/ou velocidade (corrida, arranques/travagens, movimentos de rotação, saltos, deslocamentos laterais, entre outros) ou movimentos de grande amplitude.

Felizmente, o corpo humano tem uma excelente capacidade de autorregeneração e por vezes basta um bom descanso para recuperar de forma rápida e eficaz. Aliás, o repouso é muitas vezes o tratamento mais eficaz para a recuperação das 10 lesões mais comuns do desporto. Saiba quais são e lembre-se sempre que prevenir é o melhor remédio. 

 10 lesões mais comuns do desporto

1.     Cãibras

Uma contração parcialmente involuntária persistente e dolorosa dos músculos que acontece em função do desequilíbrio hidroeletrolítico (quando a pessoa perde demasiado líquido, por exemplo, devido a suor excessivo) na zona onde a dor se manifesta. É muito comum após a prática de exercício físico e indica que é necessário repor os níveis de água e sais minerais (como o potássio e o sódio) do organismo. As cãibras podem surgir também na sequência de uma acumulação de ácido láctico no tecido muscular. Comer alimentos ricos em potássio como a banana pode ajudar a prevenir as cãibras musculares.

2.     Estiramento e distensão muscular

É o resultado de uma lesão quer no músculo, quer no tendão. A distensão pode ser um simples estiramento, desde uma pequena rutura de fibras musculares a um rompimento parcial ou completo na junção músculo-tendão. Ocorre devido a um esforço extremo realizado pelo músculo em questão. Para tratamento da distensão muscular ou estiramento muscular recomenda-se repouso, gelo, compressão e elevação. Caso se prolongue e não se trate com estas medidas pode ser necessário uma visita ao médico, que poderá recomendar reabilitação e fisioterapia. 

3.     Tendinite

Uma tendinite é uma inflamação de um tendão que surge, habitualmente, devido ao excesso de um determinado movimento repetitivo que envolve uma resposta inflamatória dentro do próprio tendão. Trata-se de uma condição que afeta geralmente pessoas que despendem muito tempo a realizar tarefas repetitivas quer seja a nível laboral ou em lazer. Jogadores profissionais de ténis e golfe, assim como nadadores estão mais sujeitos a tendinites nos braços e ombros. Jogadores de basquete e futebol, corredores e ginastas têm tendência a sofrer de tendinites nas pernas e pés.

4.     Contusão

É o resultado de um forte impacto e que pode causar lesão dos tecidos moles, músculos, tendões ou ligamentos articulares. Algumas vezes, a lesão é profunda, ficando, então, difícil determinar a sua extensão. Na maior parte das vezes, a contusão não é grave e responde bem ao descanso, aplicação de gelo, compressão e elevação da área lesada. Se for uma contusão mais séria, deve consultar o médico.

5.     Fratura por stress

é uma lesão óssea que ocorre quando o osso é sujeito a utilização excessiva. Nesta altura podem ocorrer pequenas fissuras no osso, não havendo uma fratura completa no osso, nem desvio do osso fraturado. Os ossos da perna e pé estão particularmente sujeitos a este tipo de fratura. Se é um entusiasta da boa forma física ou um atleta, deve prestar muita atenção aos sinais de alerta que o corpo transmite. Fadiga e dor são geralmente sinais de esforço excessivo. As lesões de stress podem resultar também de um fraco equilíbrio muscular, de falta de flexibilidade ou de fraqueza dos tecidos devido a lesões prévias.

6.     Bursite

é a inflamação de uma bolsa sinovial, um saco membranoso revestido por células endoteliais. A bursa é um saco cheio de fluído que se situa entre o osso e o tendão ou músculo, possibilitando que o tendão escorregue suavemente sobre o osso. Ou seja, a função desta bolsa é evitar o atrito entre duas estruturas (por exemplo, tendão e osso ou tendão e músculo) ou proteger as proeminências ósseas. Uma pancada, pequenas quantidades de pressão repetidas e demasiada utilização podem fazer com que a bursa dos ombros, cotovelos, anca, joelhos e tornozelos inchem. A esse inchaço e inflamação chama-se bursite. Geralmente, as bursites aliviam-se com repouso e eventualmente medicamentos anti-inflamatórios e fisioterapia.

7.     Entorse e rutura de ligamentos

as entorses são provocadas pela excessiva distensão dos ligamentos e das restantes estruturas que garantem a estabilidade da articulação, originada por movimentos bruscos, traumatismos, uma má colocação do pé ou um simples tropeçar que force a articulação a um movimento para o qual não está habilitada. São as lesões mais frequentes da prática desportiva, principalmente as que se verificam no tornozelo (tibiotársica). A seguir à entorse da tibiotársica, a mais comum é a do joelho e, neste caso, a questão que mais importa esclarecer é se os ligamentos cruzados foram ou não afetados, uma vez que a estabilidade desta articulação depende fundamentalmente da integridade destes ligamentos.

8.     Luxações e redução articular

Uma luxação é a deslocação de um ou mais ossos de uma articulação. Ocorre quando uma força violenta atua direta ou indiretamente numa articulação, empurrando o osso para uma posição anormal. No caso de luxação deve-se ir de imediato ao hospital para voltar a colocar o osso no lugar. Repouso e fisioterapia são necessários para que não haja perda da capacidade de locomoção.

9.     Lombalgia

Conjunto de manifestações dolorosas na região lombar, decorrente de alguma anormalidade nessa zona. A dor lombar é o tipo de dor que a maioria dos praticantes de desporto já sentiu. A lombalgia é uma das principais causas de incapacidade funcional. Muitas lesões na região lombar ocorrem ao levantar pesos de forma incorreta, por trauma ou até mesmo por dormir numa má posição.

10.  Traumatismo craniano

É uma lesão no cérebro causada normalmente por uma pancada na cabeça. São mais comuns em desportos que promovam o contacto como o futebol, boxe, hóquei, rugby e outros. Ainda que muitas pessoas recuperem bem ao fim de umas semanas, outras podem sofrer de danos permanentes. O descanso total é recomendado e, dependendo da gravidade da lesão, pode ter de ficar sem praticar desporto durante alguns meses.

 

Referências:

ATLAS DA SAÚDE. Consultado em 22 outubro de 2019.

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