Futebol e as Articulações

futebol-articulacoes.pt.jpg

Joelhos, tornozelos e anca são as articulações mais afetadas pelos desportos de elevado impacto como é o caso do futebol. Muitas vezes as lesões têm solução, mas nalguns casos apenas se consegue “fintar” a incapacidade através da substituição das articulações por próteses.

Quando falamos em jogadores de futebol, regra geral referimo-nos aos jogadores profissionais que diariamente vemos em campo a disputar campeonatos e partidas que mobilizam milhões de adeptos pelo mundo fora. Não esqueçamos, porém, que muitas são as pessoas que praticam futebol de forma amadora e, muitas vezes, como forma de lazer e alívio do stress e pressão do dia-a-dia, com alguma intensidade e frequência, o que pode igualmente originar lesões desportivas.

Nada como conhecer algumas das lesões associadas a esta modalidade desportiva para aprender a prevenir o desgaste das articulações.

Por exemplo, a gonartrose, ou artrose do joelho, uma das mais graves e prevalentes lesões nos jogadores de futebol, tem a sua origem no desgaste da articulação do joelho, o que faz com que a cartilagem se degrade (ou desapareça completamente) deixando o joelho sem proteção, o que pode provocar além de dor incapacitante, deformações do joelho, derrames e dificuldades de locomoção. 

As lesões no futebol são uma preocupação e têm impacto socioeconómico significativo. As lesões no membro inferior são as mais frequentes e podemos classificá-las em lesões agudas/traumáticas (ex.: entorses do tornozelo e joelho, ruturas musculares, contusões) e crónicas/sobrecarga (ex.: tendinose rotuliana, aquiliana, fraturas de stress).

As lesões de sobrecarga são as mais frequentes, mas são as lesões traumáticas que mais impacto têm na qualidade de vida das pessoas afetadas, sendo um bom exemplo disso as ruturas musculares (sobretudo na face posterior da coxa) e as roturas de ligamentos (como a que acontece muito frequentemente no futebol, a lesão do Ligamento Cruzado Anterior (LCA) do joelho). Todos os jogadores tremem quando se aborda a rotura do Ligamento Cruzado Anterior, mas as lesões mais frequentes são as musculares, entorses e tendinites, que representam 31% de todas as lesões no futebol profissional.

Pelas imagens transmitidas na televisão poderíamos imaginar que a maior parte das lesões relacionadas com este desporto estaria relacionada com choques ou pancadas. Mas não. A maior parte dos futebolistas tem lesões de origem no movimento de rotação e esforço muscular. Um estudo publicado na edição brasileira da revista “Super Interessante” aponta que 72,2% das lesões ocorrem nos membros inferiores, com predomínio na coxa (34,5%), no tornozelo /17,6%) e no joelho (11,8%).

  

Conheça algumas das lesões dos futebolistas

  • Lesões na púbis – o local onde o músculo adutor da coxa e púbis se encontram é um dos mais sobrecarregados por parte dos jogadores. O movimento insistente nesta área provoca uma inflamação no tendão que junta o músculo e o osso. É um tipo de tendinite muito semelhante a uma distensão na virilha.

  • Lesões na canela – a fratura na tíbia é uma das mais comuns lesões no futebol e uma lesão em que a fíbula também é afetada pois este osso é muito fino e nem sempre fica protegido pela utilização das tradicionais caneleiras.

  • Lesões no tornozelo – tal como o joelho, o tornozelo também sofre com as rápidas movimentações dos jogadores de futebol. Os tornozelos estão mais vulneráveis a golpes também pela irregularidade do relvado. São comuns as entorses nos ligamentos que unem os pés aos ossos da perna.  

  • Lesões do joelho – as rotações são as culpadas pelas lesões do joelho e as mais comuns são rompimentos (total ou parcial) do ligamento cruzado anterior, do ligamento colateral-tibial e do menisco. O que acontece é que estes ligamentos funcionam como elásticos que esticam mediante a rotação da perna e que, quando sobrecarregados, podem romper.

  • Lesões da coxa – o músculo é constituído por várias fibras que aquando do movimento deslizam umas sobre as outras. Quando o movimento não é harmonioso ocorre uma distensão.

 

Mais uma vez, prevenção é a palavra de ordem para evitar as lesões relacionadas com este desporto. De tal forma que a FIFA tem até um programa de prevenção – intitulado FIFA 11+ -que pode reduzir as lesões do futebol em mais de 50% apenas com exercícios que duram cerca de 20 minutos, duas vezes por semana. Trata-se de um programa de exercícios pensados para fomentar o controlo motor, a força e a mobilidade dos jogadores, com o intuito de diminuir consideravelmente o enorme número de lesões associadas a esta prática desportiva que tantos adeptos conquista e tantos atletas movimenta.

Próximo
Próximo

Basquetebol e as Articulações